Obrigado, Meu Prefeito!

O meme que virou jargão “Obrigado, meu prefeito!” seria cômico no caso que vamos tratar aqui, caso não fosse trágico.

Trágico por mostrar, infelizmente, que ser bajulador, na maioria das vezes, vale mais que ter qualificação e aptidão para certas atividades e cargos públicos.

Hoje vamos falar do estranho caso de um típico “cidadão de bem”, que se orgulhava em anunciar aos quatro ventos (incluindo grupos de WhatsApp) que não precisava e não queria fazer parte do serviço público, ocupando qualquer função, muito menos tinha interessem em ocupar cargo de confiança ou em comissão.

Esse mesmo “cidadão de bem” não perdia a oportunidade de dizer, a quem quisesse ouvir, que na sua opinião os servidores públicos “não trabalhavam” e, com orgulho, afirmava ser diferente por não depender da prefeitura para viver.

Como era de costume, esse famoso “cidadão de bem” debochava das pessoas que buscavam trabalhar no serviço público, fazendo piadas com testes seletivos e, sempre que podia, não perdia a oportunidade de criticar todo e qualquer servidor público.

A grande exceção as críticas e deboches da nossa “cidade de bem” sempre foi o Prefeito. Ahh, o Prefeito! Ainda que todos os demais servidores não fossem trabalhadores o bastante em sua opinião, o Prefeito era a alma mais dedicada do funcionalismo público e, frequentemente, elogiado nas mesmas redes em que os demais servidores eram criticados.

Estranhamente, nem tão estranhamente assim, esse mesmo cidadão, ferrenho crítico do funcionalismo público, hoje ocupa um cargo de confiança na atual gestão municipal.

Uaauu! Quanta evolução!

Detalhes a parte, não era esse mesmo cidadão que dizia que funcionário público não trabalha? Que não precisava de cargo público para viver? Não é o mesmo que debochava daqueles que hoje são seus colegas de trabalho e repartição?

A pergunta que martela nossa mente é uma só: O que aconteceu para que esse cidadão mudasse tão radicalmente de ideia?

Será que as críticas eram apenas disfarce para o desejo de ocupar uma vaga no serviço público, sem precisar concorrer em um seletivo, onde de fato é necessário apresentar qualificação para vaga e, dentre outros documentos, certidões negativas de processos cíveis e criminais?

Ainda que as pessoas evoluam, mudem de ideias e isso seja louvável, seria esse o caso?

Enfim, na dúvida, melhor elogiar o prefeito.